Marcha da Maconha: manifestantes cobram decisão sobre descriminalização
A Praça da Estação recebeu manifestantes para a concentração da Marcha da Maconha em Belo Horizonte, na tarde deste sábado (26/8). O 'jabutora', um boneco de jabuti, foi levado pelo movimento para criticar a lentidão do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgar um recurso que discute a descriminalização do porte para uso pessoal da droga. Às 16h20, os manifestantes deixam a concentração em direção à Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul. O membro do coletivo Marcha da Maconha BH, Bernardo Rossi, falou sobre o protesto. "Desde 2015, eles estão nesse vai não vai. Esse ano, o recurso voltou à pauta. Está faltando um voto a favor para conseguirmos a descriminalização. Estamos há oito anos nesse lenga-lenga. Essa é uma pauta muito importante por conta do desencarceramento da população negra e jovem", afirma. Ele espera que o julgamento seja concluído ainda este ano. Uso medicinal A Marcha da Maconha completa 15 anos em BH. O tema deste ano é "Vamos plantar para reparar vidas" e busca discutir o uso medicinal da maconha. "O que chamamos hoje de 'cannabis medicinal', nada mais é do que o uso terapêutico da maconha. Cannabis e maconha são a mesma planta. Não podemos fazer distinção entre o que é terapêutico e o que não é. A planta é a mesma, o uso é que vai diferenciar. A planta que nós (usuários) deveríamos poder plantar no nosso quintal, é a mesma que as associações e empresas estrangeiras têm cultivado para fazer o óleo, que podemos importar", afirma Rossi. Para ele, não deveria haver distinção. "Por que fazer distinção entre o que é maconha medicinal ou não?", questiona. Carol Nika, de 34 anos, também faz parte do coletivo. Ela fala da distribuição de plantas medicinais durante a concentração da Marcha. "Estamos distribuindo plantas medicinais que, assim como a cannabis, têm opções terapêuticas, além de orientação sobre o plantio." O movimento também distribui uma bala. "O açúcar, que de fato é a droga. Consideramos o açúcar uma droga e assim como o álcool, é uma coisa legalizada. Estamos querendo mostrar que a cannabis, assim como outras plantas terapêuticas, não é uma droga. É uma planta que cura e salva." A deputada estadual Andréia de Jesus (PT) destaca a importância do movimento para conscientizar a sociedade. “Estamos lutando por reparação, são 350 anos de escravidão. Estamos lutando pelo direito à saúde e não discutir as drogas na segurança pública”, afirma. Ela também falou sobre o uso medicinal da cannabis. "Garantir que a cannabis terapêutica seja colhida, tratada e colhida pelo nosso povo.” Segundo a parlamentar, a intenção é garantir que os pacientes possam ter direito aos medicamentos com derivados da cannabis no SUS. "Hoje só uma pequena parcela consegue pagar pelo óleo.” Renda extra e quebra de tabuA estudante Ketlem de Paula, de 26 anos, aproveitou a manifestação para aumentar a renda, vendendo 'baseados' de tecido. Ela conta que a ideia surgiu durante a pandemia. "Eu e minha amiga começamos a fazer artesanato, vimos um parecido com esse na internet e quis imitar. Começamos a vender como renda extra", comemora. Bruno de Oliveira Venâncio, de 23 anos, chegou à Praça da Estação com três amigos. Ele ressaltou a importância do movimento. "Ele dá possibilidade da gente protestar sobre uma coisa que não é falada, um tabu." O estudante também reclama da demora do STF em julgar a descriminalização da droga. "Estamos na luta pela legalização." Ele também avalia o uso medicinal da cannabis como necessário. "Tenho vários amigos que conseguiram autorização para o uso medicinal, mas ainda é muito discriminado e difícil de conseguir."Miguel Siqueira, de 19 anos, e a amiga Mavis Silva, de 18, destacam a importância da marcha como movimento social de resistência. Para eles, a proibição do uso da droga está ligada ao racismo. DescriminalizaçãoO Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, na quinta-feira (24/8), o julgamento so

A Praça da Estação recebeu manifestantes para a concentração da Marcha da Maconha em Belo Horizonte, na tarde deste sábado (26/8). O 'jabutora', um boneco de jabuti, foi levado pelo movimento para criticar a lentidão do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgar um recurso que discute a descriminalização do porte para uso pessoal da droga.
Às 16h20, os manifestantes deixam a concentração em direção à Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul.
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