LUTA CONTRA COVARDES - COM 400 MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA POR DIA, MINAS REFORÇA COMBATE AO CRIME - RÁDIO VOZ DA VERDADE

LUTA CONTRA COVARDES - COM 400 MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA POR DIA, MINAS REFORÇA COMBATE AO CRIME - RÁDIO VOZ DA VERDADE
Ilustração imagem Google

Com 400 mulheres vítimas de violência por dia, Minas reforça combate ao crime

 

 

Espaço vai funcionar em uma companhia da PM no Centro de BH; TJ e MP vão atuar juntos com a PM (lucas prates/jornal hoje em dia)

Espaço vai funcionar em uma companhia da PM no Centro de BH; TJ e MP vão atuar juntos com a PM (lucas prates/jornal hoje em dia)

Quase 400 mulheres pedem socorro diariamente após atos de covardia cometidos por maridos e ex-companheiros em Minas. Só no ano passado, 139 foram assassinadas. Na tentativa de reforçar o combate à violência doméstica, uma central vai monitorar os casos no Estado. O principal objetivo é evitar novos feminicídios. 

Pioneiro no país, o complexo vai funcionar em uma companhia da Polícia Militar, no Centro de Belo Horizonte. Além da PM, Tribunal de Justiça e Ministério Público vão atuar juntos. O espaço será responsável pelas informações de todo o território mineiro. 

Serão mapeados a taxa de incidência dos delitos e os acompanhamentos das vítimas para que medidas protetivas, com o amparo da Lei Maria da Penha, sejam cumpridas de forma mais rápida. 

“Toda ocorrência policial que a mulher fizer, toda medida protetiva que o Tribunal de Justiça conceder, tudo isso vai para essa central”, disse a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto.

Segundo a titular da pasta federal, os dados serão essenciais para entender a realidade da mulher vítima de violência, assim como para a construção de políticas públicas. 

“Conseguimos entender o perfil econômico e onde este grupo está mais concentrado. Tudo isso vai nos dar um cenário para a gente construir, junto ao Estado, um combate mais efetivo”. 

Para os militares, que buscam a redução dos casos, a ferramenta auxiliará no acompanhamento e análise das potenciais vítimas identificadas em cada município. É o que diz o coronel Rodrigo Sousa Rodrigues. 

“Para que assim possamos reduzir, uma por uma, as vítimas. Vamos focar mais nossa atuação e em nossas estratégias no sentido de trazer maior proteção para elas”.
 
REFORÇO
Durante a inauguração da central de monitoramento, nove viaturas e equipamentos de informática foram entregues às patrulhas da PM que atuam na prevenção à violência doméstica. O investimento é de R$ 1,2 milhão.

Ações mais articuladas
A criação da central de monitoramento, na avaliação do defensor público estadual Wesley Caldeira, responsável pelo Núcleo Especializado na Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), em Montes Claros, vai favorecer a unificação e o processamento das informações do Estado de forma a possibilitar a compreensão dos rumos da violência contra a mulher na sociedade mineira.

“É o cérebro de combate à violência contra a mulher. Por coletar informações, ele repassa essas informações à sociedade, e um povo melhor informado é um povo mais ativo para interagir com as mudanças necessárias”, diz.

O defensor destaca que vários órgãos estão envolvidos no combate à violência doméstica. A Polícia Civil faz as suas pesquisas, a Defensoria Pública e o Judiciário também, mas não havia, até então, um órgão integrativo.

Para ele, existe em Minas hoje uma boa rede de proteção à mulher, formada pelo Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), a Polícia Militar, a Defensoria e a Delegacia Especializada. Mas, embora estes órgãos tenham interagido com reuniões periódicas, a falta do centro de monitoramento deixava desarticulada essa convivência.

“Sem o centro, as informações não convergem. E, às vezes, até se distorcem em cada instituição. O centro vai refinar isso e sugerir um plano geral para todas as instituições seguirem”, pontua.
 
VARA ESPECÍFICA
Para Wesley Caldeira, outra necessidade que o monitoramento pode apontar é a de criação de uma vara específica para as situações que envolvem a defesa da mulher. 

“Todos os órgãos envolvidos na rede de proteção têm um quadro específico de atendentes. Só que o juiz criminal divide atribuições com a mulher em situação de violência e homicídios da cidade em geral. Ele é uma pessoa sacrificada. O ideal seria o Judiciário colocar em Montes Claros um juiz só para a Maria da Penha”.

A Defensoria Pública Estadual tem um canal específico para acolher a mulher, não somente nos casos de violência. Ela oferece o defensor para agir na área cível, providenciar alimentos, divórcio, proteção do patrimônio.

O Nudem fica na rua Espírito Santo, 110, Ibituruna. (Márcia Vieira)

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